Ícone na história da educação de Além Paraíba, a Professora Mara Caçador Cerqueira, 48 anos de excelentes serviços prestados, assumiu interina e VOLUNTARIAMENTE a Secretaria Municipal de Educação, até que se defina efetivamente a volta ou não da ex Secretária Luciana Galhardo Gomes ou até que outro nome seja escolhido pelo Prefeito. A escolha do Prefeito Miguel Belmiro de Souza Júnior pelo nome de Mara Caçador Cerqueira foi muito elogiado pela comunidade escolar e Alem-paraibana de forma geral. Mara que é Madrinha de Batismo do Prefeito, participou da Comissão de Transição e hoje pela manhã recebeu a reportagem do Jornal A Gazeta / Programa Dauro Machado para conceder sua primeira entrevista depois que assumiu o cargo. A entrevista foi ao ar no Programa Dauro Machado na manhã de 6 de setembro. Para aqueles que não tiveram oportunidade de ouvir, transcrevemos os principais trechos da entrevista. Mara Caçador Cerqueira é Diretora Escolar aposentada, trabalha atualmente no Colégio Santos Anjos e é no mínimo uma referência em educação. Leia a entrevista.
A Gazeta: Como ocorreu essa sua ida para a Secretaria de Educação, ainda que na interinidade?
Mara Caçador: É um prazer estar com você, embora eu não seja muito afeita a rádios, entrevistas, etc. As pessoas sabem disso, eu não tenho um histórico a esse respeito. Eu devo dizer que a interinidade surgiu a partir de um pedido do Prefeito Miguel Belmiro Júnior, que é meu afilhado de Batismo e que eu amo de paixão, em quem eu confio, cuja a integridade eu confio. Surgiu um pedido dele que eu fosse para a Secretaria de Educação, até de maneira definitiva caso a Professora Luciana (Galhardo Gomes) não possa realmente retornar. O Miguel ainda aguarda uma definição, definição mesmo, da situação da Professora Luciana, o que deve acontecer até o final deste mês quando ele deve ter uma entrevista com o Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro. O Prefeito Miguel tem toda a intenção e todo o interesse em manter a Professora Luciana, haja vista o trabalho excelente que ela desenvolveu à frente da Secretaria. Ele considera que o mínimo que o Município deve a ela é a insistência e a tentativa, o esgotamento de todos os canais para que ela continue a frente da Secretaria. Nós, como profissionais da educação sabemos da importância desse trabalho, do que a Luciana fez e concordamos plenamente com isso. A aceitação do cargo interino da minha parte decorre inclusive desse pensamento, de que nós temos que tentar dar a Prefeitura atualmente todo o suporte necessário para que a situação na Secretaria se acomode com o retorno da Luciana, ou no mínimo, caso infelizmente não aconteça, que a gente tenha pelo menos um tempo de transição, vamos chamar assim, para que o Prefeito tenha condição de pensar no melhor nome, naquela que seria a pessoa ideal para estar a frente da Secretaria, que é uma Secretaria de grande responsabilidade e de muita importância. A minha ajuda vem nesse sentido. Eu sou Professora aposentada do Estado de Minas Gerais, fui apostilada como Diretora, não tenho o menor interesse, nem a vontade de ocupar cargo público nenhum mais. Estou dizendo para a população de Além Paraíba e aqueles que trabalharam comigo, nesses quase 50 anos de magistério, sabem do meu feitio e da minha maneira de ser, sabem que eu jamais cogitei um cargo desses e que eu jamais ficaria a frente de uma Secretaria dessas por muito tempo; somente na condição de ajuda e principalmente porque, eu ouvi de uma pessoa muito sábia, há muito tempo, que sala de aula não é local para experiências de caráter duvidoso. Eu hoje parafraseando essa pessoa digo que a Secretaria de Educação não é local para experiência de caráter duvidoso e qualquer tentativa de colocar alguém apenas para ficar por ficar, pra mim é uma experiência de caráter duvidoso. Acho que o Prefeito fez a opção pelo meu nome por saber que eu vou trabalhar para estabilizar a situação dessa saída ou não saída da Professora Luciana, trabalhar de maneira a dar continuidade, a não permitir secção de continuidade no trabalho dela, a dar andamento a todos os projetos que temos que dar, a dar tranquilidade aos Professores pra trabalhar, a comunidade estudantil pra ter suas aulas. Se Deus quiser tudo fluirá naturalmente. Acredito que dentro de 45 dias aproximadamente, no mais tardar nós tenhamos a definição sobre o retorno da Luciana ou sobre o nome do novo Secretário.
A Gazeta: A senhora já teve um contato com os funcionários da Secretaria Municipal de Educação?
Mara Caçador: Eu tive ontem pela manhã. O Prefeito me acompanhou a Secretaria. Eu tive um contato com o pessoal de serviços internos da própria Secretaria. Já dei uma primeira palavra com eles. Pretendo me encontrar com o pessoal de apoio, com os motoristas e havia marcado uma reunião para hoje 17 horas com Diretores de Escolas e Coordenadores de Creches mas como amanhã é feriado e muitos deles pretendem viajar não é justo que a gente os prenda aqui até logo mais a noite. Essa reunião foi remarcada então para segunda feira, 11 de setembro, as 9 horas da manhã. Eu devo estar portanto na segunda feira com o restante dos funcionários da Secretaria de um modo.
A Gazeta: Professora Mara o trabalho é totalmente voluntário?
Mara Caçador: Totalmente voluntário. Por motivos muitos claros. Primeiro porque tenho remuneração pelo Estado como Diretora apostilada que me permite hoje ser voluntária. Por sinal eu acho que o trabalho voluntário é muito pouco desenvolvido mas que é de uma importância ímpar. Eu acho que quem se acostumou, quem lidou comigo em todos os estágios da minha vida, eu vou fazer em março 48 anos de tempo dedicado a educação sem haver parado a não ser no ano de 1983 por problema de saúde sério, quem trabalhou comigo sabe; eu sempre trabalhei e fui remunerada pelos cargos que exerci, mas todo mundo sabe que nunca fiquei somente nos trabalhos dos cargos. Eu, como muitas pessoas que conheço, foram capazes de se doar e de ir além daquela que é a responsabilidade do cargo. Entendo que, no momento em que a gente critica tanto os políticos do País, pela corrupção, pela falta de amor realmente ao País, daquele velho patriotismo, que não era só de cantar o Hino Nacional era de sentir o Hino Nacional, de se arrepiar ao som do Hino, de acreditar que você era parte de um País e que esse País te calava fundo na alma, eu acredito piamente que a gente tem um compromisso com a comunidade. O meu compromisso com Além Paraíba, não é com o Miguel Júnior apenas, eu diria que hoje eu estou indo, ele é meu Afilhado, eu não deixaria de atender um apelo dele, mas eu estaria disposta a fazer o mesmo por qualquer Prefeito que pretendesse fazer um trabalho bom a frente da gestão municipal. Acredito no trabalho voluntário e acho que ele talvez seja um dos grandes caminhos que nós tenhamos pra começar a reformar e reformular as idéias dos cidadãos brasileiros. Não vamos querer que reformem de cima pra baixo se nós de baixo pra cima não nos dispusermos a isso.
A Gazeta: A comunidade escolar e a comunidade Alem-paraibana apoiou muito seu nome, nós pudemos ver ontem nas redes sociais ficaram muito satisfeitas com sua a escolha da Senhora. O que a senhora diz sobre isso.
Mara Caçador: Eu agradeço ao pessoal as manifestações. Eu não tive tempo de ler todas mas soube, minha própria família passou pra mim. Eu fico feliz com isso. É evidente que é um reconhecimento ao trabalho da gente e isso, por muito pouco vaidosa que a pessoa seja, é o retorno que a gente espera. Quando a gente oferece um trabalho o mínimo que se espera é o reconhecimento. Nem sempre o dinheiro é o melhor e maior reconhecimento, ele é importante na vida gente. Há momentos em que muito mais importante que dinheiro são outros valores. Eu agradeço a entrevista e contamos com a mídia de um modo geral pra gente tocar adiante todos os projetos necessários.
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