O Diário do Comércio, um dos principais Jornais de Minas Geras publicou no dia 25 de maio um Editorial onde analisa a prisão, condenação e encarceramento a que vive o ex Governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo. Com um texto que na verdade pode ser considerado uma espada a se cravar no peito dos traidores e desleais que compactuaram ou silenciaram ante a maior cometida contra um homem de bem como Azeredo, o Editorial tem como título "Azeredo se faz ouvir", cujo integral publicamos abaixo. Ao final do Editorial, em negrito, leia o comentário do Editor de A Gazeta, Dauro Machado.
"O ex Governador Eduardo Azeredo, que se encontra detido, cumprindo condenação por alegados desvios de recursos públicos nas eleições de 1988, anunciou semana passada sua desfiliação ao PSDB, comunicado em carta enviada à direção do partido no início do mês.
Azeredo, um político singular, um homem de bem, forjado para a política na escola de seu Pai Renato Azeredo, sempre alegou inocência, sustentando não fazer o menor sentido sua ligação com os fatos alegados - o patrocínio de uma competição esportiva -, acusação pela qual ele está pagando dura pena. E, na condição de virtual bode expiatório, a figura ideal para ser levados as barras para comprovar a isenção do Judiciário, um "tucano" preso, condenado, espécie de troféu, mesmo que acusado de delitos em que seja bastante difícil aceitar a atuação direta e determinante do Governador do Estado em pessoa.
Faltaram, claramente, os tais elementos de convicção, sobretudo para quem conhece mais de perto o acusado e testemunha os valores que, na vida pública, sempre soube cultivar. Bem mais fácil é perceber a conveniência do movimento, numa fase particularmente conturbada da vida nacional, sobretudo porque também é possível perceber, e com igual clareza, ter sido outro o tratamento a personagens, digamos, mais articulados do mundo político.
Uma história triste, uma injustiça que já está consumada e que não há como reparar, mesmo que a condenação venha a ser revista, o que se espera e deseja. E é nesse contexto que se deve entender a decisão do ex Governador, atrasada em pelo menos 30 anos, quando então Governador de Minas, exatamente por ser quem é, não representando ameaça, foi traído porque o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, lutava pelo seu segundo mandato, também pretendido por Itamar Franco, e para cumprir seu intento ajudou a fazer dele, Itamar Franco, Governador de Minas, mesmo atropelando, traindo, o candidato natural à reeleição.
Eduardo, fiel a seus valores, não reclamou, não cobrou e nem mudou de atitude, mantendo os valores em que acreditava, jamais denunciando a manobra. Só agora, e ainda sim elegantemente, diz não ver motivo para continuar filiado ao partido politico que ajudou a fundar, já que não pretende mais se candidatar a cargo algum. Do outro lado, apenas silêncio sob o falso argumento de que não haveria por que comentar uma decisão pessoal e de foro íntimo.
Dirão alguns, os mais calejados certamente, que são apenas coisas da politica, ambiente em que fidelidade e coerência são valores incomuns, mesmo possam conduzir a armadilhas como aquela que acabou atingindo o ex Prefeito de Belo Horizonte, o ex Govenrador de Minas, Deputado e Senador. Ele carrega uma cruz pesada demais, porém ao contrário de muitos outros, pode dizer a consciência tranquila."
Nota do Redator: Justo em Minas, justo na terra de Tiradentes, de JK, Milton Campos, a terra da liberdade, prende-se um homem público de bem, que saiu da política sem aeroportos, fazendas ou outros patrimônios além dos poucos bens que juntou ao longo de uma vida de trabalho. A Justiça é para todos? No caso de Azeredo não. O braço forte da Lei apenou o mais fraco, por supostos crimes que ele não cometeu. Enquanto isso os grande gatunos das Alterosas, aqueles que pediram dinheiro a JBS, aqueles que se locupletaram de propinas com faraônicas obras públicas e outros da mesma laia continuam livres, alegres e desfrutando das falcatruas que a eles sim renderam fortunas.
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