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segunda-feira, 10 de abril de 2017

EDITORIAL - DAURO MACHADO: Não se pode confundir libertinagem com homofobia

O Instituto Vianna Júnior é uma das mais respeitadas instituições de ensino do Brasil. Reconhecida nacionalmente é apelidada de "fábrica de juízes, promotores". De suas salas de aula saíram importantes autoridades de renome nacional. A Faculdade de Direito Vianna Júnior, mantido pelo Instituto que leva o mesmo nome é um referencial indiscutível de ensino de qualidade. Suas dependências são modernas, seus equipamentos pedagógicos são de última geração e sua congregação de professores é composta por Mestres e Doutores do direito. 
O instituto também mantém o Colégio São José que prepara alunos até a 3ª série do ensino médio. O Colégio segue os padrões de qualidade do Instituto.
Esta semana um desnecessário alvoroço aconteceu em Juiz de Fora por um fato corriqueiro mas que se não recebesse a atenção necessária da direção da Instituição poderia dar a falsa impressão de que o Vianna Júnior que confunde liberdade com libertinagem.
Duas alunas, uma de 16 anos e outra de 18 anos, lésbicas pelo que se vê, foram flagradas num dos boxes do banheiro feminino beijando-se. A funcionária da Instituição levou o caso a direção do Vianna Júnior que tomou a decisão simples, mas inequívoca de, suspender a aluna menor das aulas do Colégio São José e desligar a aluna maior de idade do primeiro período do curso de direito.
Quem somos nós para julgar as orientações que cada uma das pessoas escolhe para sua vida privada, no entanto, tem sim o dever de zelar pela boa convivência e pelo respeito mútuo entre todas as pessoas.
Não se pode obrigar por exemplo que todas as pessoas achem normal beijos homossexuais, não se pode obrigar por exemplo que todas as pessoas achem normais alunos que se drogam, não se pode obrigar por exemplo que todas as pessoas achem normais alunos que ao invertem a finalidade de uma instituição de ensino. Uma instituição de ensino está ali para ensinar e preparar seus alunos, não interessa a ela como cada um deles se realiza sexualmente desde que o direito que cada um tem de gostar do que gosta não afronte o direito dos outros.
Não importa se o beijo foi visto por um milhão de pessoas ou por uma mera faxineira. Não importa fazer um cesto ou fazer um cento. O que importa no caso ora abordado é o local inadequado para tão íntima situação. Seria o mesmo que o leitor levasse sua família a um clube e de repente encontrasse na piscina homens e mulheres a trocar carícias. Crianças entenderiam? Os pais achariam normais que suas crianças vissem tal situação. 
A troca de carícias entre heterossexuais ou homossexuais é um momento íntimo e que nos dias de hoje tem inúmeros locais adequados para serem praticados. Não me parece que o banheiro de um colégio seja o local mais correto.
Não há que se falar de homofobia no Vianna Júnior. Eu tive uma passagem por lá. Sou homossexual assumido e nunca precisei esconder minha orientação no Vianna Júnior, nem de seus funcionários nem tampouco da direção. Os fundadores da Instituição, Joaquim, Romeu e Walbert Vianna, conhecí a todos. Eram homens à frente de seu tempo, homens de vanguarda, visionários. Nunca houve no Vianna Júnior qualquer tipo de preconceito, religioso, étnico ou de orientação sexual.
A atual Diretora do Instituto é uma das maiores autoridades em ensino superior no Brasil que tive a honra de conhecer. Trata-se da Professora Doutora Jaqueline Pires Vianna; Graças a ela e sua gestão o Vianna Júnior consolidou-se como uma das mais aclamadas instituições de ensino do País. Doutora Jaqueline não prega ódios, intolerâncias ou preconceitos, mas propõe pelo que dela conheço que o discernimento e a decência sejam valores que devam ser cultivados.
Reitera-se que a decisão disciplinar tomada nada teve de homofóbica, foi sim um ato condizente com o fato ocorrido que seria corriqueiro se acontecido nos bancos do Parque Halfeld mas que é inaceitável num ambiente onde deve prevalecer a diversidade e onde o direito de cada um termina onde começa o do outro. 
Certamente as alunas beijoqueiras tentarão se vitimizar sob o manto de que tudo agora é permitido, que tudo agora é conveniente e que quem pensa ao contrário é preconceituoso.
As colunatas do Instituto Vianna Júnior merecem respeito. Quem passa por aquelas portas tem que entender que ali é um templo do ensino e que a liberdade de expressão, de religião e de orientação é respeitada mas não para ser praticada num box de banheiro. Dauro Machado - Jornalista.

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